sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A psicanálise da homossexualidade

divã de Freud
O divã de Freud

Após lançar rascunhos sobre a psicanálise, o que era dito pelo cientista em questão sobre a homossexualidade? Bem sabia ele quais eram as suas preferências. Era casado com a sua mulher Marta, com a qual tinham já quatro filhos. Ela já não queria mais e solicitou separar quartos.
Como judeu, o Talmude proibia a masturbação e o amor entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, como diz na sua auto análise, sentia uma certa paixão pelo seu cunhado, casado com a irmã da sua mulher. O livro de Didier-Ansieu, de 1959, L’Auto-analysede Freud, Payot, Paris, traduzido ao luso-brasileiro em 1990, confirma esta asserção. Ninguém diz que Freud teve opções pelo mesmo sexo, mas o seu celibato obrigatório, levava-o a procurar sentimentos de acolhimento, por causa da sua mulher o ter mandado ao quarto vizinho. Como analisava no texto sobre resiliência, todo o ser humano precisa de afectividade e Freud tinha apenas a sabedoria dos seus discípulos e as queixas dos seus doentes e a
afectividade da sua filha, a sua discípula também, situação que colocava uma certa distância entre eles.
A homossexualidade não se define por amar a uma pessoa do mesmo sexo. Nem precisa de psicanalista: não é uma doença, é uma emoção. Homossexualidade (do grego antigo μός (homos), igual + latim sexus = sexo) refere-se ao atributo, característica ou qualidade de um ser, humano ou não, que sente atracão física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a “um padrão duradouro de experiências sexuais, afectivas e românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo”; o termo também se refere a indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base nessas atracões, manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma orientação sexual.” Fonte:“Sexual Orientation and Homosexuality”, APAHelpCenter.org, http://www.apahelpcenter.org/articles/article.php?id=31, visitado em 2007
Estes sentimentos não existiam na personalidade de Freud, mas sim precisava de uma personalidade masculina forte para se apoiar por falta de afectividade dos seus. Karl Jung não abandonou a Freud por debates da ciência: Freud teimava na associação de ideais, Jung, na análise simbólica, de forma forte e com provas. Passou a ser quase um filho de Freud e em ele se afirmava, tímido como era, especialmente nas conferências públicos. Nos anos trinta do Século passado, foram convidados para conferências nos Estados Unidos, em várias oportunidades. Em Stanford, Freud desmaiou na primeira conferência pública, tremia, estava pálido e, agarrado a Jung, chamou-lhe pai. Karl Jung sentia piedade pelo seu sábio mestre e preferiu abandona-lo e formar a sua própria escola. Ou essa manifestação de afectividade ao seu cunhado, no dia em que a irmã da sua mulher, a mais nova, escreveu uma carta ao marido na que diz: finalmente somos pais, temos um filho. As palavras podem ser interpretadas de várias laias, conforme a conveniência de quem as emite: ou como pais a irmãos novos, ou como cunhado para congratular. Didier-Ansieu, amante de Michel Fucault, o homem que o matou por nunca contar os seus heterogéneos contactos com homens fora do acasalamento, essa inata infidelidade de Foucault, nunca admitiu ter SIDA, que transferiu a Didier-Ansieu, que acabo por mata-lo. Como o próprio Foucault, falecido antes, convicto de estar doente de leucemia. Quem o via, como acontecia comigo no Collége de France, notava rapidamente o tipo de doença que sofria.
Hoje em dia falar de homossexualidade, é trivial, especialmente depois da nova legislação de União Europeia, que permite a união entre pessoas do mesmo sexo. É trivial, digo, porque passou a ser u acto natural de amar livremente. O próprio Freud em 1923, no seu citado livro sobre O Eu, o super eu e o Id, afirma, como já esboçava em 1906 em Cracóvia, que todo ser humano era bissexual, não necessariamente por relações sexuais as que denominava aberrações, bem como por amar mais a um amigo que a outro, usando a palavra amar no sentido de sentimento profundo de se dar bem um com o outro. Há também a análise que faz das confidências desse tempo, eram feitas a amigos masculinos e não a amigas.
Ser homossexual, é uma relação normal, com certos apertos: ser homem e se vestir de mulher o travesti para ser prostituto, aberração para o Freud de 1906, ou esse vagabundear entrar crianças de tenra idade ou pedofilia que, não meu ver, merecia prisão perpetua, se não enforcamento, especialmente se as crianças são comercializadas para reunir dinheiro para os pais. Fiz uma pesquisa na Ilha da Madeira, a homossexualidade cera manifesta, mas dentro do normal, excepto esses pais masculinos que se orgulhavam do alto preço recebido pelo seu filho, vendido ao angariador belga que os levava fora da Ilha e nunca mais voltavam. Como esses Facebook ou Linkedin, programa informáticos para exibir meninos e meninas meias nuas e bem vestidas. Ou a pesquisa feita por jornalistas de Lisboa sobre prostituição masculina no Parque Eduardo VII ou em casas fechadas às que com eles entrei.
A homossexualidade é uma das três principais categorias de orientação sexual, juntamente com a bissexualidade e a heterossexualidade, sendo também encontrada em muitas espécies animais [3][4] A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão; na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população enquanto outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual. Cito este parágrafo da Wikipédia, por não ter, hoje em dia, relevância, amar pessoas do mesmo sexo é legal.
Uma diferença tem sido percebida: a luta por tornar permitido o que estava condenado, manifesta-se no bom da escrita, na informação possuída sobre a sociedade e os seus usos e costumes e a simpatia das pessoas que sabem amar. Os heterossexuais também amam, mas de forma dura por estarem habituados as relações entre homem e mulher, como comentara no meu texto de resiliência. Não há a cortesia que percebo entre os que amam de forma normal e os antigamente denominados diferentes, que, no meu ver, de diferencia não há nada, excepto a doçura da carícia, a heterogeneidade de amores, que existem em todas as formas de amar, excepto na pedofilia, matéria sobre a que escrevi um livro: Yo, Maria de Botalcura, a história de vida de uma mulher do clã picunche da Nação Mapuche que habita no sul do Chile, pesquisa feita por mim com fundos pessoais e do Instituto de Ciências e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que não apenas apoiara as minha iniciativas, bem como assinaram um convénio luso-chileno para orientar portugueses a pesquisar nos Chile, especialmente Mapuche e as viúvas incertas dos detidos desaparecidos. O Primeiro, Pelo Professor do ISPA e estudante meu, Luís Cirilo Silva Pereira, e o segundo, pela encantadora rapariga de Universidade Nova de Lisboa, já Doutora, Sónia Ferreira.
Parece-me mais do que evidente, que entre as brincadeiras masculinas de seres humanos classificados como heterossexuais, há um hermafroditismo que não acontece entre as mulheres. As palavras, os gestos, as frases, revelam a maior que há entre homens que entre mulheres. As formas de tocar o corpo masculino, não apenas têm sido observadas nas minhas investigações, bem como sofrido no meu corpo, que defendo como um gato com unhas fortemente abertas.
Finalmente, há os ritos de iniciação masculina entre os Sambia de Moçambique, estudados por David Herdt, entre os Baruya da Nova Guiné analisados in sito também, pelo meu colega e amigo da alma, Maurice, que tem o seu amado e companheiro entre os Baruya da Noiva Guiné, que visita Paris, pago pelo Maurice, onde o conheci. Cada um deles tem as suas mulheres e filhos, com este aditivo de ser treinado para ser masculino, Evans-Pritchard entre os Nuer do Alto Egipto e eu próprio, entre os picunche de Talca, Chile. Em cada um destes sítios há casas para os homens viver entre elas e beber o leito do mais velho. A minha sorte para os meus hábitos e ética, era ser eu o mais velho. Pretendido por vários, dizia não ter leite, toda gasta nos meus cumpridos anos de vida. A pedofilia nem é crime nem castigo: são ritos de iniciação à adolescência, que analiso em vários livros meus, especialmente o do anos 2000. Afrontamento: O saber sexual das crianças. Desejo-te, porque te amo. Penso que o título do meu livro, aparecido em conjunto com o meu primeiro neto Tomas van Emden, é o ponto final desta parte da minha análise sobre amar e desejar.

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