sábado, 17 de abril de 2010

A Educação Sobre a Vista Psicanalitica de Freud

Recebi por mão amiga este trabalho que reputo de importante para se entender um pouco o que vai na mente do Vidahumana, e como poderia ser lida a sua vivencia diária.
Para mim Vidahumana não é de forma alguma um demente, e muito menos um louco, antes é um cidadão preocupado com o mundo, e que por tanta preocupação social o apoquentar, não consegue decidir o que atacar primeiro em termos de solução para as questões, e por essa razão muitas vezes surge uma confluência exagerada de idéias e pensamentos por vezes ate demasiado avançados para o nosso raciocínio mediano.
Entendi que apesar do extenso desenvolvimento deste trabalho, não o podia deixar de divulgar, com a devida vênia ao seu autor - Artur Júnior dos Santos Lopes
Nota: Tenho já compilados novos pensamentos, e brevemente vou voltar a divulgar as ultimas divagações de Vidahumana, e quem sabe vou conseguir estar presencialmente com ele numa próxima deslocação a Europa, para assim conseguir entender mais profundamente aquilo que lhe vai na alma.



INTRODUÇÃO
Neste trabalho há um esforço de trazer para a turma uma visão geral de Freud. Para isso separei-o em duas partes. Uma vai colocar uma rápida biografia, pois entendo que este trabalho não tem cunho historiográfico, apenas visa remeter ao cenário em que Freud vivia, A segunda é o resultado de uma pesquisa que destaca como Freud via a aprendizagem.

1 BIOGRAFIA DE SIGMUND FREUD
Sigismund Schlomo Freud ou simplesmente Sigmund Freud, nasceu a seis de maio de mil oitocentos e cinqüenta e seis em Freiberg, Moravia, atualmente Pribor, Checoslovaquia.
Na Universidade de Viena cursou Filosofia com Franz Brentano, mas mudou para a Medicina especializando em fisiologia Nervosa. Interessou-se pela hipnose, em especial a “cartasis”, método desenvolvido por Joseph Breuer que consistia “em levar o paciente a recordar, pela hipnose ou por conversação, o trauma psicológico sofrido, uma descarga emocional que conduzia à cura” (COBRA). Ousou interpretar seus próprios sonhos e dar a esta interpretação cunho científico. Gradualmente foi substituindo a hipnose pela análise, que consistia em levar o paciente até fatos traumáticos através do direcionamento do diálogo, semelhante a cartasis mas aqui sem hipnose.
Em 1908 constituí-se a Sociedade Psicanalítica de Viena, que em 1910 tornou-se a Associação Internacional de Psicanálise. Esta sociedade teve seus primeiros passos em 1902, quando Freud, em sua casa reunia médicos e outros profissionais das ciências naturais.
O trabalho de Freud gerava grande polemica no meio médico vienense, o que levou ao esvaziamento da Associação Internacional de Psicanálise. Seguem algumas das críticas tecidas na época
Freud efetivamente argumentou que o comportamento humano obedece ao instinto sexual e ao instinto de conservação e que os motivos sexuais, se não são claros, estão sublimados em um motivo aparente. Sua teoria esta bastante conforme ao pensamento metafísico de Schopenhauer de que uma Vontade universal, soberana e cega, deseja a sobrevivência da espécie e se traduz no sexo, e também a sobrevivência individual, e se traduz no instinto de conservação.
O principal motivo do escândalo era o modo desenvolto como Freud divulgava seu pensamento ainda mal acabado sobre o problema sexual das crianças, que ele afirmava serem sujeitas a desejo sexual e que o objeto desse desejo freqüentemente eram os próprios pais. Além do complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe (Na tragédia grega desse nome, Édipo se casa com sua mãe, sem o saber), Freud admitiu também o Complexo de Eletra, como a inveja que a menina tem do pênis do menino, e chamou a criança de um "perverso polimorfo". Distinguiu na sexualidade três fases pelas quais passa o seu desenvolvimento: as fases oral, anal, genital, que normalmente se sucedem nessa ordem, mas com casos de regressão e fixação. Sua reputação sofreu ainda mais quando publicou em "Fragmentos da análise de um caso de histeria", as perversões sexuais de uma jovem cliente, - na ficha médica "Dora" -, sem a sua permissão. (COBRA)
Após a primeira guerra mundial (1918) Freud fez um movimento de suavização do argumento do instinto sexual como força propulsora do comportamento. Preferiu o “Principio do Prazer e Desprazer” e depois o “instinto de morte”.
Considera-se a sua mais importante contribuição o escrito de 1922 O Ego e o Id, onde fica exposta sua teoria de constituição da mente em Id, Ego e Superego.
O conceito do Id, o reservatório dos impulsos instintivos, é uma cópia da parte concupiscente da alma na doutrina de Platão; o Ego trata com a realidade do mundo exterior e o Superego é o inibidor dos instintos, tais como a parte sábia e a parte vigilante da alma, da mesma doutrina platônica. Porém, como ateu e materialista convicto, para Freud o homem é o que ele é, um produto da evolução natural, sujeito, em última análise, às leis da física e da química. Nada do que uma pessoa diz ou faz é casual ou acidental; o homem nem é perfeitamente livre nem racional- Obedece a causas inconscientes (Marx sociais e econômicas, Freud, mentais e individuais). A força que orienta o comportamento estaria nesse inconsciente e era o instinto sexual; essa força não se apresentava consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente. (COBRA)
No trabalho de 1930 o Mal estar da Civilização aparece, entre diversos conceitos, o de Sublimação.

2 VISÃO GERAL DE FREUD SOBRE A EDUCAÇÃO
Aqui procuro apresentar a visão que Freud apresentou sobre a Educação. Dada a extensão da obra do autor, e somado o exíguo tempo para o seu aprofundamento, deixo todos muito à vontade para as inferências que se fizerem necessárias. Daqui já aproveito para citar: “o trabalho da educação é algo sui generis: não deve ser confundido com a influência psicanalítica e não pode ser substituído por ela” (FREUD in MARTINS)
La situación es la misma que cuando la gente lee trabajos psicoanalíticos. El lector resulta 'estimulado' solamente por aquellos pasajes que siente que se aplican a él mismo; esto es, que conciernen a conflictos que son activos en él en aquel momento. Todo lo demás le deja frío. Podemos tener experiencias análogas, pienso, cuando damos a los niños una aclaración sexual. Me hallo lejos de mantener que esto sea una cosa perjudicial o innecesaria, pero está claro que el efecto profiláctico de esta medida liberal ha sido grandemente hipervalorado. Después de esta aclaración los niños saben algo que antes no sabían, pero no utilizan los nuevos conocimientos que se les han facilitado. Incluso llegamos a ver que no tienen prisa por sacrificar a estos nuevos conocimientos las teorías sexuales, que podrían ser descritas como un crecimiento natural, y que ellos mismos han construido en armonía y dependencia con su organización libidinal imperfecta - teorías acerca del papel desempeñado por la cigüeña, respecto a la naturaleza del contacto sexual y sobre el modo cómo se hacen los niños. Mucho tiempo después de haber recibido la aclaración sexual se comportan igual que las razas primitivas que han recibido la influencia del cristianismo, pero continúan adorando en secreto sus viejos ídolos. (SLOMP)
Millot, citado por Martins, vê em Freud a afirmativa que educação, psicanálise e a arte de governar são profissões impossíveis, pois embasam-se sobre o poder que um ser humano pode exercer sobre outro.
Freud sustenta a origem da pulsão epistemofílica (desejo de conhecer) está no prazer ou satisfação em relação ao objeto do conhecimento. Da mesma forma, se este objeto do desejo não está acessível ao sujeito há o sofrimento psíquico. Freud acreditava no beneficio que analise poderia trazer para o professor, também cria que os professores precisavam conhecer as estruturas mentais geradas nos primeiros anos da infância e as influencias que exercem sobre o indivíduo, pois só assim, de posse desta compreensão poderiam compreender seus alunos, alunas.
Freud via a educação como uma “Fábrica de neuroses” pois o ato educativo é violento em si, prende-se a obrigações, regras artificialidade, como explica Freud “perseguem como ‘vícios’ todas as suas manifestações sexuais, mesmo que não possam fazer muita coisa com elas” (FREUD 1975, p.167 in MARTINS.)
Assim, a educação tem de escolher seu caminho entre o Sila da não-interferência e o Caríbdis da frustração... deve-se descobrir um ponto ótimo que possibilite à educação atingir o máximo com o mínimo de dano. Será, portanto uma questão de decidir quanto proibir, em que hora e por que meios (Freud, 1933, p.182 in MARTINS).
Talvez a aproximação entre a psicanálise e a pedagogia, possibilite “compreendermos muito bem como interpretar em outras pessoas os mesmos atos que nos recusamos aceitar como mentais em nós mesmos” (Freud, 1974, p.195 in MARTINS).
Isto não significa dizer que a psicanálise dará conta de todos os problemas da educação e menos que seja a única forma de minimizar tais problemas. Creio que a filosofia e os processos de problematização, principalmente do: desarreiamento da realidade, do que está posto, pode prestar auxilio, não os resolvendo, mas apontando diversas outras possibilidades.

CONCLUSÃO
Para Freud a educação e a psicanálise se aproximam por serem impraticáveis uma vez que se postam sobre o poder que um ser humano exerce sobre outro. Também pode-se perceber no seu discurso que a educação visa um enquadramento da criança em um modelo, que não corresponde a natureza da criança ou dos instintos humanos. Para ele executa-se o processo socializamento do ser humano violentando seus desejos inconscientes.
Daí surgem as perguntas, por que Freud era cético quanto a educação? De onde pode ele conceber a violência da educação? Que educação é esta a que Freud se refere? Que psicanálise é esta? Será a psicanálise aprendida na Academia? Como Freud via a Educação Infantil?
Estas questões ficam sem resposta neste momento, pois seria necessário um aprofundamento muito maior na obra de Freud para poder aventurar uma possibilidade de resposta. Ante o reconhecimento do limitado saber que tenho, fica o convite a quem tiver mais ânimo a lançar-se na busca a tais respostas
Sigmund Freud nasceu em Freiberg, na Morávia, em 1856, de família judaica. É filho do terceiro casamento de seu pai, que trabalhava no ramo de tecelagem. Aos 4 anos de idade, como os negócios do pai não iam bem, a família se transfere para Viena. Nessa cidade recebeu toda sua educação, ficando conhecido como o “Mestre de Viena”. O universo feminino em que viveu, com cinco irmãs, pode ter influenciado sua riquíssima e extensa obra, que tem a marca de sua neurose.
Destacou-se como aluno da escola secundária; estudioso, curioso, atento às preocupações humanas. Interessado em ciências naturais, prosseguiu estudos no campo da medicina. Em seus primeiros anos como pesquisador estuda as enguias (peixes), depois o sistema nervoso das lampreias.
Ingressou em Hospital Geral, e entre os vários departamentos, o de Psiquiatria, sob a orientação de Meynert, que ele conhecia desde os tempos da escola, o impressionou bastante. No entanto, naquela oportunidade, dedicou-se à fisiologia, à anatomia cerebral e, depois às doenças nervosas.
Em1878, conheceu o Dr Joseph Breuer, catorze anos mais velho, que se tornou seu amigo e incentivador, inspirando suas primeiras pesquisas no campo da Psicanálise. O Dr. Breuer pode ser aproximado à figura paterna, e, inclusive, o ajuda financeiramente em algumas situações. Foi uma grande e intensa amizade em sua vida, no entanto, seguem-se polêmicas e rompimento. Freud estava convencido de que deixaria sua marca na História; tinha autoconfiança em relação à sua carreira e ao peso de seu legado; era o único filho que tinha um quarto exclusivo para estudar. O ambiente familiar o auxiliou bastante a ter força para seguir avante em sua carreira quando suas idéias eram consideradas, no mínimo, polêmicas.
Em 1880, o Dr Breuer iniciou o tratamento com Berta Pappenteim, mais conhecida como Anna O, uma das pacientes mais famosas da Psicanálise, e utilizou algumas estratégias terapêuticas inovadoras, como a hipnose, (técnica terapêutica que faz com que o paciente se lembre e vá resgatando na memória algumas experiências passadas visando com isso o desaparecimento de alguns sintomas) para o tratamento da histeria, problema que afetava muitas mulheres naquela época; na maioria jovens que alimentavam sonhos que não haviam conseguido realizar por conta da rigidez moral da época.
Após dois anos de tratamento, Breuer abandona o caso de Anna O; não dá continuidade às suas pesquisas e Freud o faz, pois se interessava profundamente pela histeria com toda a riqueza de sintomas que apresentava ao final do século XIX. Freud partiu da clínica; das relações que se estabeleciam entre ele e os pacientes, para elaborar modelos interpretativos; teorizar. Esta foi uma contribuição importantíssima à ciência e ao campo da educação, pois o enfoque clínico tem sido utilizado no trabalho de capacitação de professores visando auxiliá-los na reflexão sobre suas práticas.
Em 1882, Freud conhece Martha Bernays, jovem que virá a ser sua esposa, em 1886.
Em 1885, segue para Salpêtrière, em Paris, na intenção de trabalhar com o neurologista Charcot. Consegue uma bolsa de estudos e faz um estágio sobre as diferentes manifestações da histeria e efeitos do tratamento hipnótico, com esse famoso e talentoso médico.
Fixou residência em Viena, em 1886, e teve acesso ao hipnotismo, instalando seu consultório, onde atende pacientes histéricas, ora aplicando a técnica da hipnose, cujo princípio fundamental é a sugestão, ora a da pressão, na qual pressiona a fronte do paciente. Após alguns exercícios, Freud passou a acreditar que para além da hipnose poderia haver certos processos mentais que não obstante, permaneciam escondidos da consciência humana. Utilizando a hipnose, fazia perguntas às pacientes sobre a origem de seus sintomas. Acrescentou, em colaboração com Breuer, que os sintomas têm significado e são resíduos ou reminiscências de situações emocionais, porém, na maioria das vezes, tais sintomas não provinham de uma única cena traumática, mas da soma de significativa quantidade de situações similares. Nessa época, troca correspondência com outro amigo importante, o Dr. Fliess, otorrino alemão com o qual se vincula emocionalmente e, no início, fala de algumas de suas primeiras hipóteses que têm a ver com sua experiência na clínica. A partir dessa correspondência, fundamentam-se os alicerces da teoria psicanalítica.
Em 1892, Freud abandona a técnica da hipnose e da pressão para deixar o paciente falar, pois leva em consideração que a pessoa/paciente pode aceitar ou não a sugestão. Surge, então, a técnica da associação livre, com a qual pedia para a paciente falar livremente tudo que lhe viesse à cabeça, sem censura, por mais estranho e absurdo que lhe parecesse. Diz que esse encadeamento leva à percepção de sobredeterminação. Mostra que não era necessário usar a hipnose para a paciente/histérica chegar ao estado que queria.
Em 1893, Freud formula a teoria da sedução, referindo-se aos efeitos dos valores e regras sociais rígidas impostas aos filhos da sociedade dessa época.
Publica, com Breuer, o texto "Sobre o mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos", nesse mesmo ano e, em 1895, "Estudos sobre a Histeria" onde são relatados vários casos, inclusive o de Anna O; fala-se em cura pela fala ou limpeza pela chaminé - método catártico. Passa a considerar a hipótese de que há uma questão sexual na histeria. A evolução foi além do domínio da histeria quando Freud observou que não era qualquer espécie de excitação emocional que estava por trás dos fenômenos da neurose, mas uma excitação de natureza sexual. Aqui ele toca em pontos polêmicos, propondo idéias que dão destaque ao estudo da vida sexual, referindo-se aos efeitos dos valores e regras sociais rígidas, impostos aos filhos da sociedade dessa época. Nesse mesmo ano, Freud analisa seu próprio sonho, que está relatado na sua obra “Interpretação dos Sonhos”, voltando para si mesmo o seu olhar de pesquisador. Para alguns estudiosos, esse é o momento inaugural da Psicanálise, pois a partir daí o sonho passa a ser fundamental na construção teórica e na clínica psicanalítica. Ainda nesse ano de 1895, nasce sua filha, Anna Freud, que se torna, também, psicanalista.
Em1896, Freud faz uma conferência na Universidade de Viena sobre a etiologia sexual da histeria, colocando a hipótese de que, em sua etiologia, a histeria traz a marca sexual. Isso produz enorme escândalo e dificulta a aceitação de Freud no meio acadêmico. É o estopim do rompimento com Breuer, que era conservador e estava inserido no grupo de cientistas. Freud se surpreende, pois achava que Breuer o apoiaria, o que colaboraria para a aceitação de sua tese.
Nesse mesmo ano de 1896, quando faz uma conferência, morre-lhe o pai, experiência das mais difíceis para o homem, após o que Freud passa a pensar no Édipo. Fazendo sua auto-análise, vai-se dando conta de que, como filho, alimentava pela mãe um amor incestuoso que só foi possível perceber após a morte do pai.
Freud tinha formação humanista muito forte; tinha uma produção intelectual intensa e por sua erudição consegue pensar em metáforas para as referidas explicações. Através da mitologia, da arqueologia, vai buscando vestígios do passado na história das pessoas; por exemplo, amor incestuoso mas inconsciente pela figura materna. Freud mostra que a sexualidade humana não se liga à genitalidade e que se organiza a partir de operações psíquicas. Propôs que as crianças já apresentam uma sexualidade muito diferente das outras espécies e que, na infância, não está comprometida ao órgão sexual, mas a sensações ligadas à sexualidade. Isso foi revolucionário para a época, quando se achava que a sexualidade ficava adormecida. A sexualidade humana tem basicamente uma questão que a torna diferente; é a questão da pulsão, pois nós não somos, tal como os animais, movidos por instinto, mas por pulsão, termo proposto por Freud para dar a idéia de algo que fica exatamente no limite entre o orgânico e o psíquico.
Aos poucos, Freud vai reformulando suas próprias concepções e desvendando segredos humanos. Em 1897, época do Édipo (experiência edípica de matar o próprio pai em sonho e a culpa pelo amor incestuoso), Freud pondera que fatos que fazem parte da fantasia são muito importantes na Psicanálise.
Abandona a teoria da sedução, dizendo não mais acreditar nos relatos de suas histéricas. Recorre à teoria da fantasia, segundo a qual os elementos relatados na construção da história de cada paciente não fazem parte da realidade, mas, mesmo não tendo sido experiências reais, a maneira como são relatadas tem um peso para produzir sintomas. Freud percebe que, no momento em que a pessoa fala, seja uma experiência empírica ou fantasiosa, o valor para o analista é o mesmo; a fantasia vai revelar, de alguma forma, como é difícil para essas pacientes assumir conscientemente seus discursos de que, ao contrário, elas é que procuram ser seduzidas. Se a primeira teoria causou tanto furor, a segunda foi menos polêmica, no entanto a comunidade científica continuou a não aceitá-lo.
Nessa época, escrevia cerca de duas a três cartas por dia para o Dr. Fliess, independentemente das respostas. Para Freud, eram momentos de muitas questões que não haviam sido pensadas antes, como: a questão do sonho; o que é um aparelho psíquico; como ele se organiza; como se estrutura. Extremamente inventivo, produtivo, Freud passava de doze a dezesseis horas diárias em seu gabinete, atendendo pacientes e dedicando-se a estudos, pesquisas, correspondência.
1900, ano da publicação do livro “A Interpretação dos Sonhos”, deixou marcas profundas na cultura ocidental e representa a revolução paradigmática produzida por Freud, tirando o homem do centro de sua própria consciência, da mesma forma que Copérnico tirou a terra do centro do universo, Darwin tirou o homem do centro da criação e Marx tirou o homem do centro de sua própria história, dizendo que o homem é o resultado dessa história. A noção de inconsciente configura a ruptura de Freud com a epistemologia hegemônica do século XX.
Para Freud, o sonho é revelador de como funciona o psiquismo humano e ele considera o sonho como a via régia para o inconsciente; é o guardião do sono; é uma formação do inconsciente que está diretamente relacionada ao desejo; é um regus (semelhante a uma carta enigmática). O sonho acaba sendo uma espécie de matéria-prima privilegiada na teoria freudiana, a partir da qual o grande mestre vai aprimorando suas lições. A interpretação dos sonhos é a via de acesso ao conhecimento do inconsciente, que produz suas formações: os sonhos, os lapsos, os atos falhos, os esquecimentos, os chistes, o sintoma. Por definição, o inconsciente é inapreensível e o que dele se pode apreender são suas formações.
Com aproximadamente cinqüenta anos de idade e fumante inveterado, Freud desenvolveu um câncer na mandíbula; fez várias operações e teve que colocar uma prótese. Seu médico fala que, em alguns momentos Freud pensou que tal câncer poderia estar ligado ao fato de ele falar sobre problemas de fundo psíquico, onde o que está em questão é o inconsciente; aquilo que não pode ser manifestado e que acaba interferindo no corpo. A psicossomática é mais ou menos contemporânea a essa época, embora Freud não se tenha dedicado exclusivamente a essa questão.
No desenvolvimento de sua teoria, abandonando o método catártico, Freud mostrou a ocorrência de uma situação específica, a transferencial; aprofundou o uso do método da associação livre e assinalou a ocorrência do recalque.Tal estudo levou-o a adotar o conceito do inconsciente, inicialmente compreendido como a consciência, da qual nada se conhecia. Para compreender a origem dos sintomas, Freud foi levado, cada vez mais, à história do paciente, chegando aos primeiros anos de vida, isto é, à infância. Dessa forma, descobre a sexualidade infantil, novidade que enfrentaria a barreira dos preconceitos humanos, despertando indignação e contestação. Seguiram à revelação da sexualidade infantil, o reconhecimento das fantasias, das teorias sexuais infantis, o desejo, as fases de evolução da libido, sonhos e um trabalho mais detalhado sobre o tratamento psicanalítico.
Freud dizia que no projeto da criação não foi contemplado o fato de o homem ser feliz. Os que mais sofrem são aqueles que querem a felicidade ferrenhamente. A infância não é feliz; é um período sofrido, segundo Freud porque se está no caminho da construção do aparelho psíquico e se entra no mundo do desejo, que é prazer e desprazer.
A essas alturas, a Psicanálise, cujo eixo central é a questão do inconsciente, junto com a sexualidade e a prática psicanalítica, gozava de interesse e credibilidade. Bleuler e seu assistente Jung, em Zurique, estavam adquirindo vivo interesse pela Psicanálise. Em 1908, publicaram o Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas.
À época, o assunto ainda provocava uma série de controvérsias, e isto tornou o grupo de psicanalistas mais coeso. Em 1910, em Nuremberg, na Alemanha, constituíram-se, por proposta de Ferenczi, em uma Associação Psicanalítica Internacional, que sobrevive até os nossos dias, tendo como primeiro presidente Jung.
As observações sobre as neuroses de guerra colaboraram sobremaneira para o crescimento da credibilidade da psicanálise, bem como para torná-la mais popular e conhecida.
Freud denominou segunda fase o período a partir de 1907, tendo ele desempenhado papel de destaque na esfera do narcisismo, teoria das pulsões e da aplicação da psicanálise às psicoses. O Complexo de Édipo se revelava cada vez mais claramente como o núcleo das neuroses.
Desde que formulou a hipótese sobre a existência dos dois instintos (Eros e Thanatos) e desde que propôs a divisão da personalidade mental em um ego, um superego e um id (1923), os interesses de Freud voltaram-se para os problemas culturais e é ele próprio quem diz: "não prestei outras contribuições decisivas à psicanálise". Os processos encontrados nos textos seguintes que são "O mal estar na civilização" e o "Futuro de uma ilusão", são os mesmos, colocados novamente numa fase mais ampla.
O inventor da Psicanálise acredita que estes estudos despertaram uma simpatia mais forte por parte do público do que propriamente a Psicanálise, que foi muito combatida na época, apesar de terem se originado dela.
São de Freud as palavras "não pode haver mais dúvida alguma de que ela (a Psicanálise) continuará: comprovou sua capacidade de sobreviver e de desenvolver-se tanto como um ramo do conhecimento, quanto como um método terapêutico".
Nas “Cinco Lições de Psicanálise”, escreve: para o Psicanalista “não existe nada insignificante, arbitrário ou casual nas manifestações psíquicas. Antevê um motivo suficiente em toda parte onde, habitualmente, ninguém pensa nisso; está até disposto a aceitar causas múltiplas para o mesmo efeito, enquanto nossa necessidade causal, que supomos inata, se satisfaz plenamente com uma única causa psíquica.” (Obras Completas -1970- p. 36 – vol. XI).
Em 1938, fugindo do nazismo, Freud foi para Londres. Suas três irmãs, ao contrário, morreram no campo de concentração.
Apesar dos 83 anos de idade e da doença, Freud ainda trabalhava; atendia pacientes, mas sofria com muitas dores e sua filha, Anna, concedeu ao médico que o atendia permissão para que aplicasse dose excessiva de morfina. Assim morreu o inventor da Psicanálise, a 23 de setembro de 1939, aos 83 anos, em Londres, na casa onde hoje é um museu que conta com seu divã, parte de sua biblioteca, suas antiguidades, funcionando como guardiões da história da Psicanálise.


I – Freud, aluno e mestre.
Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 em Freiberg ( hoje Pribor), pequena cidade da Morávia, que na época, pertencia à Áustria e hoje está anexada à Tchecoslováquia. Seus pais eram judeus e a sua família bem numerosa. Era o mais velho dos oito filhos do segundo casamento de seu pai. Já contava, ao nascer, com dois meio-irmãos, mas era o preferido. Desde cedo, os pais esperavam que se tornasse um grande homem o que fez Freud desenvolver sua autoconfiança e o desejo de saber. Sua inteligência era constantemente desafiada estimulando-lhe desejo perene de compreender as coisas. Os pais jamais mediram esforços nem sacrifícios para lhe oferecer uma educação completa.Tratava-se de um ensino cujos fundamentos eram as Humanidades. Atravessou a vida escolar com sucesso saindo com amplos conhecimentos sobre as culturas grega e latina, o aprendizado de várias línguas e com interesse pela arqueologia, que lhe fornecera, no futuro, muitas metáforas (“a escavação das camadas profundas da mente”).Dizia que a Educação foi sua ferramenta fundamental por três motivos:_Ascensão social na Viena da época, já que era pobre e judeu._A Educação lhe permitiu penetrar num círculo de vienenses cultos._Precisava ter acesso aos domínios do conhecimento de seu tempo para acrescentar algo.As relações de um discípulo com seu mestre foram objeto de reflexões do próprio Freud e sua idéia básica era a de que os professores herdam as inclinações carinhosas ou agressivas antes dirigidas aos pais.Assim que se formou Freud começou a trabalhar no laboratório de Fisiologia de Ernest Brucke, uma pessoa que inspirava respeito. Abandonou o mestre, depois de 6 anos, convencido por ele de que a pesquisa pura era adequada para aqueles que possuíam melhores recursos financeiros. Ingressou, em seguida no Hospital Geral de Viena, trabalhando em várias especialidades, destacando as relações com Meynert, um grande especialista em anatomia do cérebro. Ao afirmar que a Histeria não era um mal
exclusivamente feminino, encontrou em Meynert uma grande resistência. Deixou-o para trás passando a dedicar-se ao estudo das doenças nervosas, sendo seu próprio mestreEm 1885, Freud foi a Paris para conhecer os trabalhos de Charcot, grande nome da neuropatologia, o terceiro de seus mestres.A superação das idéias de Charcot foi inevitável por causa do advento da Psicanálise, com melhores caminhos para a tratamento da histeria. E mais uma vez se repete o movimento freudiano de superação de abandono dos mestres.Nos anos em que trabalhou no laboratório de Brucke, Freud conheceu Joseph Breuer, um clínico geral de renome, 14 anos mais velho que ele e se tornaram grandes amigos. Em 1896, escreveram uma obra conjunta:
Estudos sobre a Histeria.
No entanto, discordavam num ponto: para Freud, a causa da histeria era de natureza sexual e com isto Breuer não concordava, e aos poucos os dois foram se distanciando.Como queria gerar conhecimento, Freud sabia ser necessário ser mestre de si mesmo, mas algo inconsciente o impedia e para remover impedimentos dessa ordem é preciso um analista. Encontrou-o na figura de Wilhelm Fliess, que desempenhou, sem o saber, o papel de analista, investido de autoridade e confiança, porém, sem interpretar coisa alguma. Nessa auto-análise concluiu que não precisava de professores; cabia ao seu verdadeiro pai ajudá-lo. Assim, rompeu definitivamente com os antigos mestres passando a ocupar ele próprio, um lugar de mestre, pôs fim à busca de um mestre-pai e reencontrou a si mesmo. Entretanto, ser o próprio mestre não significava ocupar o lugar do pai junto à sua mãe. Era preciso matar simbolicamente o pai, depois de admitir a superioridade dele, para poder, em seguida, ser um criador.A partir daí, Freud torna-se chefe de uma escola e organizador de uma instituição voltada para a divulgação da Psicanálise e formação de analistas. Era um chefe terrivelmente autoritário, sendo capaz de aprender com seus pacientes, mas romper com quem o ameaçasse com idéias, que segundo ele, iriam desvirtuar a Psicanálise. Seu magnetismo, brilho e inteligência, cegavam quem dele se aproximasse. A essa força de atração entre ele e seus discípulos, Freud chamou de transferência.
II - Freud pensa na Educação.

final do século XIX, predominavam as explicações orgânicas e psiquiátricas para doenças como as esquizofrenias, as psicoses e a histeria. Os tratamentos eram: eletroterapia, banhos, massagens, hidroterapia,, internação e hipnose. Pouco sabiam a respeito de suas causas.A histeria é que lhe chama a atenção pelo grande número de pacientes que o procuram com vários sintomas: vômitos, alucinações visuais, contrações, paralisias parciais, perturbação de visão, ataques nervosos e convulsões. Freud queria observar, analisar e encontrar as origens daquilo. No caso da histeria, a idéia incompatível é expulsa pelo “eu” e tornada inócua por sua transformação somática. Freud chama isso de conversão.Se as idéias incompatíveis são quase sempre de natureza sexual, então, o que há de insuportável na sexualidade? Esta dúvida conduziu-o à Educação para averiguar qual o seu papel na condenação da sexualidade, e daí a descoberta da sexualidade infantil.É obvio que a moral transmitida pela Educação incute no indivíduo, noções de pecado e vergonha que ele deve ter diante das práticas sexuais. Restava propor que a educação não fizesse uso abusivo de sua autoridade porque a correção educativa, embora necessária, nem por isso precisava ser excessiva.
1.As pulsões parciais.
Para entender a sexualidade infantil, Freud estudou as perversões. Descobriu que na constituição dos seres humanos estão presentes práticas de natureza perversa, que irão desaparecendo pela repressão, submetendo-se ao domínio das práticas genitais com vistas à procriação. Algumas perversões (exibicionismo, curiosidade dirigida aos órgãos genitais dos seus companheiros, prazer de sucção, prazer ligado à defecação), que permanecem no adulto são o resultado dessas perversões parciais infantis que se recusaram a cair sob o domínio da genitalidade.A cada um desses aspectos perversos, presentes na sexualidade infantil, Freud chama de pulsões parciais. Será uma pulsão dirigida ao próprio corpo, que não buscará um outro corpo, como acontecerá por ocasião do desenvolvimento da genitalidade.

As pulsões parciais possuem caráter errático; o objeto pelo qual se satisfaz é indiferente e intercambiável, logo pode se enveredar por caminhos socialmente úteis. É passível de sublimação e para Freud a Educação terá papel primordial nesse processo.Eis aí o ponto que interessa ao educador.
2.
Sublimação e Educação.
Uma pulsão é dita sublimada quando se dirige a um alvo não-sexual visando objetos socialmente valorizados. Nessa busca de um objeto pode haver uma dessexualização, pois a energia (libido) continua a ser sexual, mas o objeto não o é mais. A antiga ânsia sexual ainda se faz presente, só que de um modo mais brando, justificando a busca daquela atividade sublimada.As bases necessárias à sublimação são fornecidas pelas pulsões sexuais parciais e claramente perversas. Uma ação educativa que “atacasse” essas pulsões, não só fracassaria, mas também faria desaparecer a fonte de um “bem” e que “a tentativa de supressão das pulsões parciais não só é inútil como pode gerar efeitos como a neurose”.Dizia Freud que sem perversão não há sublimação e sem sublimação não há cultura. Pode ser identificado como o pedagogo clássico que via na criança um mal originário, diferente de Rousseau que afirmava a existência de um bem natural, depois subvertido pela cultura.Resta, então, dirigir de forma mais proveitosa a energia que move tais pulsões, transformando, por exemplo, a pulsão escópica em curiosidade intelectual, desempenhando papel muito importante no desenvolvimento do desejo de saber. Freud esperava que os próprios educadores construíssem seu método e criassem modos de operação.Freud afirma que a hostilidade da civilização, representada por uma educação repressora, é semelhante à defesa que o
eu
levanta contra a pulsão sexual produzindo a neurose. Também a Educação exagera e produz efeitos semelhantes. Freud chega a afirmar qe há uma vocação da humanidade para a neurose.Reich e Marcuse dão explicações políticas e afirmam que a repressão sexual é uma das armas de que se serve a opressão política a fim de garantir a submissão das massas.

Millot conclui que as classes sociais no poder fazem uso, em benefício próprio, da repressão já instalada por outros meios, pois há a possibilidade de a sublimação vir a ser operada, controlada, de fora, já que não é, na verdade, um mecanismo ao alcance da consciência.Freud declara o seguinte: o educador é aquele que deve buscar, para seu educando, o justo equilíbrio entre o prazer individual e as necessidades sociais.
3.
A Educação Sexual das Crianças.
Nessa época em que Freud formula as relações entre cultura e sublimação, seu discurso é otimista. Era consultado a respeito da melhor maneira de educar os filhos, e respondia que as crianças devem receber educação sexual, assim que demonstrem interesse pela questão. Pais e professores deveriam ser esclarecidos acerca da existência da sexualidade infantil. Freud observava nos pais uma incompetência para esses assuntos e, por isso, não devem se ocupar do esclarecimento sexual das crianças. Já foram crianças e se esqueceram da sexualidade infantil; se esqueceram, é porque foram reprimidos e as forças que reprimiram estão ainda atuando no sentido de não fazê-los lembrar.Também para o educador a infância não é mais acessível e por isso é necessário que ele volte a fica bem com a criança que há dentro dele, através de uma análise.As crianças costumam dar suas próprias explicações para as questões sexuais e como nascem os bebês e que dependem dos momentos de desenvolvimento sexual em que se encontram. Surgiram três tipos de explicações:_ As crianças nascem pelo ânus da mãe;_ Tanto os homens como as mulheres possuem pênis;_ O coito é sempre de natureza agressiva e sádica.
III – A desilusão de Freud com a Educação.
Por que Freud afirmou que “a Educação é impossível?”Todas as suas idéias, sobre a Educação, inspiradas pela Psicanálise foram por ele mesmo questionadas:_O educador deve promover a sublimação, mas sublimação não se promove por ser inconsciente._O educador deve esclarecer as crianças a respeito da sexualidade, se bem que elas não darão ouvidos._O educador deve se reconciliar com a criança que há dentro dele, mas é uma pena que ele tenha se esquecido de como é esta criança._E a conclusão: “A Educação é uma profissão impossível”.
1.O inconsciente.
Observamos que é com a idéia de inconsciente que esbarramos o tempo todo. Charcot, observando as pacientes histéricas, dizia que havia uma divisão da consciência devida a uma debilidade congênita de algumas mulheres. Para Freud, que aceitou essa explicação, a divisão da consciência era fruto de forças psíquicas encontradas no interior do psiquismo, o resultado da luta entre o “eu” e os impulsos de natureza inconsciente. O aparecimento do sintoma neurótico era o modo como se resolvia o conflito, pois esse era o disfarce que a pulsão se manifestava. Além dos sintomas, Freud descobriu outras manifestações ao lado dos sintomas como os sonhos e os atos falhos. Os atos falhos (lapsos) são pequenas manifestações que emergem em nossa fala, sem que nos demos conta e que pode revelar nossos mais íntimos segredos. Alguém que fala pode expressar muito mais do que está querendo dizer.Com essa descoberta a consciência foi desalojada da posição de comando que vinha ocupando até então na Filosofia. A consciência não é mais o centro do nosso psiquismo, não reina sobre a nossa vontade.

O aparelho psíquico se organiza sempre de modo a obter prazer e bem-estar, ou então, no caso do sintoma, para obter o desprazer menor. A busca do prazer costuma ser cega e é por isso que ao princípio do prazer opõe-se o princípio da realidade, que regula, administra e dirige essa busca, funcionando como uma ligação do indivíduo com a realidade e seus perigos. É o princípio da realidade que não permite que o indivíduo se destrua achando os melhores meios para a obtenção do prazer considerando as limitações impostas pela realidade. Há sempre um conflito entre o “eu” dirigido pelo princípio da realidade (pulsões de conservação) e de idéias incompatíveis dirigidas pelo princípio do prazer (pulsões sexuais).Freud supôs que o desprazer emanava do conflito entre as forças em oposição_as pulsões sexuais versus as pulsões de autoconservação. Entretanto, há algo no psiquismo que escapa ao princípio do prazer:
a repetição
(o neurótico repete sem cansar, atos que lhe causam sofrimento) e Freud não conseguia entender como o indivíduo conseguia encontrar prazer em seu permanente exercício. Entreviu a ação de uma força irreprimível, independente do princípio de prazer e oposta a ele, sem contudo, ser aliada ao princípio de realidade. Essa força tem um caráter mortal barrando o caminho ao desenvolvimento porque a ação da repetição fixa, torna as coisas permanentes e imutáveis, mostrando a Freud a “face da morte” em plena ação entre as forças que atuam sobre a vida de um indivíduo. Freud afirma existir em todo ser vivo uma tendência para retornar ao estado inorgânico, pois a vida surgiu do não-vivo.É tão grande a importância desse novo conceito que Freud é levado a formular a dualidade pulsional em novas bases. A luta no interior do psiquismo não se dá mais entre as pulsões do “eu” e as pulsões sexuais. Freud reúne ambas de um só lado, pois elas agem a serviço da vida, de Eros, interessadas na conservação da espécie. Seu inimigo é a pulsão de morte, interessada em conduzir o indivíduo à estabilidade, onde nada se movimenta, a matéria está inerte _ como a morte.
2.Conseqüências para o pensamento de um educador.
Como criar um sistema pedagógico partindo de tais afirmações?As realidades do inconsciente e da pulsão da morte não casam bem com a promoção de bem-estar e de felicidade próprios da educação. Contudo, o que não pode ser esquecido é a idéia de que tais forças, presentes no interior do psiquismo, escapam ao controle dos seres humanos e, portanto, ao controle do educador. Poderíamos dizer, então, que a tarefa de educar se vê dificultada pela ação do inconsciente? Por que Freud afirmou que a Educação, a Política e a Psicanálise são tarefas impossíveis? A Educação exerce seu poder através da palavra. Seu discurso, dirigido à consciência tenta estimular os indivíduos a se conduzirem em uma direção por ela mesma determinada. Da palavra extrai seu poder de convencimento e de submissão do ouvinte a ela.No entanto, a realidade do inconsciente ensina que a palavra escapa ao falante. Ao falar, um político e um educador poderá se perder e revelar-se indo em uma direção contrária àquela que seu “eu” havia determinado.Ensina a Psicanálise que a palavra é ao mesmo tempo lugar de poder e submissão, de força e de fraqueza, de controle e de descontrole.Com, então, educar sobre uma base paradoxal?É que, para Freud, o domínio, a direção e o controle, que estão na base de qualquer sistema pedagógico, jamais poderão ser integralmente alcançados.Freud termina aqui com uma conclusão decepcionante: a Psicanálise não serve de fundamento para a Pedagogia; não pode servir como princípio organizador de um sistema ou de uma metodologia educacional.Haverá, então, outro modo de a Psicanálise contribuir para um educador?

V _ A Era Pós-freudiana.
Foram, pelo menos, três as direções tomadas pelos teóricos interessados no casamento da Psicanálise com a Educação.No início do século XX, na Suíça, Oskar Pfister e Hans Zulliger tentaram a criação de uma disciplina, a Pedagogia Psicanalítica.Outra tentativa foi a transmissão da teoria psicanalítica a pais e professores. Ana Freud foi a principal representante desse grupo.A terceira e mais moderna tenta transmitir a Psicanálise a todos os representantes da cultura interessados em ampliar sua visão de mundo. Embora a expansão sobre a cultura tenha sido grande, não chegou a atingir de modo significativo, a educação.Karl Abraham, um dos discípulos de Freud foi quem formulou as fases do desenvolvimento afetivo-emocional das crianças, se opondo em relação às descrições pedagógicas basicamente cognitivas ou intelectuais.A primeira parte da elaboração freudiana que caiu no domínio público foi o Complexo de Édipo,descrevendo as relações afetivo-emocionais das crianças com seus pais. As crianças que atravessam essa estrutura pré-fixada aprendem algo: como articular seu desejo com uma lei humana universal que o regulamente: a lei do incesto. Aprendem a ser um homem ou uma mulher, mesmo que um homem aprenda a ser uma mulher e “prefira” esse papel ao que coincidiria com o seu sexo biológico.Trata-se de uma estrutura, através da qual, o ser humano define-se como ser sexuado. Mas não são meras imitações daquilo que fazem papai e mamãe. As identificações são processos inconscientes e por isso não basta ensinar os pais como procederem diante de seus filhos. Ele pode se tornar autoritário ou mesmo, se teve problemas com o próprio pai, essas antigas relações atuarão de modo inconsciente.

– O Casamento da Psicanálise com a Educação.
Oskar Pfister foi um pastor protestante que encontrou na Psicanálise um instrumento auxiliar na educação de jovens, em Zurique. Iniciou um trabalho que viria colaborar para a criação, mais tarde, da Psicanálise de Crianças. Pretendia usar a Psicanálise para conduzir as forças inconscientes ao caminho do bem, sendo este definido nos termos da religião que professava. Apoiava duas orientações bastante claras: O educador deve funcionar como um analista perseguindo um fim moral.Imaginava ser necessário colocar-se como modelo, promovendo uma identificação com ele como ideal de vida e de pensamento. É nesse momento que a Pedagogia e a Psicanálise se separam nitidamente, pois, como propiciar ao aluno a liberdade associativa e a fala livre para ser interpretado se o fim é a moralidade bem comportada e definida pelo educador?Pfister propõe o casamento da Psicanálise com a Educação, ouvindo a manifestação livre do inconsciente e, ao mesmo tempo produzindo seu representante moral. Devido à incompatibilidade, esse casamento não durou muito.Hans Zulliger, assim como Pfister, seu mestre, tem seu nome ligado à Psicanálise de crianças, que praticou ao lado de suas atividades como mestre-escola. Conseguiu algum sucesso liberando alguns alunos de suas inibições no campo da aprendizagem, da hostilidade e da agressão, da falta de amizades, da incontinência noturna, dos sentimentos de culpa provocados pela masturbação, assim como de roubos impulsivos e de outros sintomas similares.Zulliger, simplesmente psicanalisava seus alunos e prescrevia medidas a serem tomadas pela escola. A prática da psicologia escola de hoje tem suas raízes no trabalho de Zulliger, visivelmente mais clínico do que pedagógico. Não estamos diante de um casamento da Psicanálise e Educação, mas de um “ajuntamento”. Seus estudos contribuíram para a transformação de certas práticas, correntes na época, tais como os castigos violentos.Uma criança educada à base de castigos e confinamentos (celas pintadas de negro, sem móveis e sem janelas) acabará por ceder, apenas para, logo depois, retomar seus comportamentos agressivos, assim que se sentir livre de todos os constrangimentos.
A partir dos anos 50, as instituições para a reeducação de crianças com desvios de comportamento começaram a se multiplicar. Ao menor sinal de problemas “psicológicos”, a criança já era encaminhada para especialistas que bombardeavam o aluno com tratamentos psicomotores, fonoaudiológicos, ludoterápicos e psicopedagógicos, fazendo da análise um instrumento de dominação e seleção.Em 1925 entra em cena, na Inglaterra, Melanie Klein, vinda da Alemanha a convite de Ernest Jones. Uma das suas preocupações era dar ênfase à vida de fantasia das crianças, assim conseguindo com que muitos pais e educadores ingleses suportassem melhor suas manifestações sádicas e agressivas.Catherine Millot é a psicanalista da atualidade que melhor representa a posição de uma Psicanálise que não pode, de modo algum, casar-se com a Educação. A Psicanálise, como um corpo de conhecimento, aceita o debate com a cultura, mas aplicar, não. A única aplicação possível é na clínica psicanalítica.Partindo desse pensamento, Millot dedicou-se ao estudo das relações entre Psicanálise e Educação propondo três questões:1.Pode haver uma educação analítica no sentido de a educação ter uma perspectiva profilática em relação às neuroses?2.Pode haver uma educação analítica no sentido de visar aos mesmos fins de um tratamento psicanalítico (resolução do Complexo de Édipo e superação de castração)?3.Pode haver uma educação psicanalítica que se inspire no método psicanalítico e o transponha para a relação pedagógica?A todas essas perguntas, Millot responde com um “não”.A Educação a que se refere a primeira pergunta é a Educação pré-escolar, a cargo dos pais.O próprio Freud se mostrou, a princípio, entusiasmado, ao descobrir o papel da repressão no desenvolvimento das neuroses. Supôs que uma educação menos repressora evitaria as neuroses do mundo adulto (análise do pequeno Hans). No entanto, passados trinta anos, confirmou que os conflitos psíquicos são inevitáveis (castração e complexo de Édipo).A resposta à segunda pergunta, também é negativa. Quando a criança chegasse à educação regular, sua formação já estaria concluída.

Quanto à terceira pergunta, para justificar sua negativa, Millot diz que nenhuma teoria pedagógica permite que se calculem os efeitos dos métodos postos em ação, pela interferência do inconsciente do pedagogo e do educando. Não há como construir um método pedagógico a partir do saber psicanalítico sobre o inconsciente, pois não há método de controle do inconsciente.Para que houvesse uma Educação Analítica, seria preciso que ela renunciasse àquilo que a fundamenta, que é sua razão de ser. Precisaria deixar de ser Educação. Também não seria possível que o pedagogo ocupasse o lugar do psicanalista, exercendo uma influência analítica sobre a criança. Para isso teria que ter neutralidade e em Educação isso é impossível e até mesmo desaconselhável.Conhecer a impossibilidade de controlar o inconsciente pode levar a identificar nossos verdadeiros limites e ficamos reduzidos á impotência.A existência do inconsciente significa a renúncia a toda a construção civilizatória já que esta está fundada na negação do inconsciente e na afirmação dos poderes da consciência e da razão.Finalmente, concluímos que é preciso buscar um ponto de equilíbrio em que o educador possa se beneficiar do saber psicanalítico sem abandonar seu papel ou tentar sistematizar esse saber em uma pedagogia psicanalítica.Não se trata de transformar professores em analistas, pois são posições bastante antagônicas entre si. Resta transmitir a Psicanálise ao educador, mas o objetivo não é a aplicação desse conhecimento no trato com os alunos, e sim produzir efeitos na postura do educador.
VI – A Aprendizagem segundo Freud.
O que poderia ser, para Freud, o fenômeno da aprendizagem?Sobre isso, não vamos encontrar nenhum texto escrito por ele, pois suas preocupações eram predominantemente clínicas, interessado que estava, em livrar as pessoas do peso das neuroses.Entretanto, por sua própria posição frente ao conhecimento, pensava nos determinantes psíquicos que levam alguém a ser “desejante de saber”. O processo da aprendizagem depende da razão que motiva a busca de conhecimento.A criança que pergunta tanto está realmente interessada em saber como nascemos e por que morremos, de onde viemos e para onde vamos.Para Freud, um momento capital e decisivo na vida do ser humano é o momento da descoberta daquilo que ele chama de diferença sexual anatômica, quando descobrem que o mundo é composto de homens e mulheres; em seres com pênis e seres sem pênis. Sentem que algo está faltando para alguém. Alguém perdeu algo, assim como já havia perdido o seio, as fezes, etc. A descoberta da diferença sexual anatômica não depende de sua observação, mas da passagem pelo Complexo de Édipo quando a menina se define como mulher e o menino como homem.A essa angústia Freud chamou de angústia de castração. É isso que faz a criança querer saber. As primeiras investigações são sempre sexuais, segundo Freud, porque a criança quer definir seu lugar no mundo, e esse lugar é um lugar sexual.Esse lugar sexual é situado em relação aos pais, ao que eles esperam do filho, ao seu desejo. Por que ele foi posto no mundo?Ao final da época do conflito edipiano parte da investigação cai sob o domínio da repressão e a outra parte “sublima-se” em “pulsão” de saber, associada a “pulsões de domínio” e a “pulsões de ver”.Isso significa que o desejo de saber associa-se com o dominar, o ver e o sublimar.1.Sublimar Para Freud, as investigações sexuais são reprimidas e não é a Educação a maior responsável por isto. As crianças deixam de lado as questões sexuais por uma necessidade própria e inerente à sua constituição. Não por ser “feio”, mas porque
precisam renunciar a um saber sobre a sexualidade, para daí proceder a um deslocamento dos interesses sexuais para os não sexuais, desviando para isso, a energia concentrada. Não deixam de perguntar porque a força de pulsão continua estimulando estas crianças. Perguntam sobre outras coisas para poder continuar pensando em questões fundamentais.Freud diz ainda que essa investigação sexual sublimada se associa com a pulsão de domínio e aí ele localizou a pulsão de morte. Saber associa-se com dominar. A investigação sexual sublimada relaciona-se, também, com o ver. O visual não é um elemento secundário nas pulsões sexuais. Na constituição da sexualidade um elemento central é a fantasia da cena primária ou cena de relação sexual entre os pais, na qual ela, a cena, é o objeto de uma visão imaginada pelo sujeito, chegando à fantasia de se imaginar um dos seus personagens.Essa pulsão sublimada transforma-se em pulsão de domínio, em “pulsão de saber”. Transforma-se em curiosidade dirigida a outros objetos, de modo geral.É importante ressaltar a filiação da curiosidade intelectual à curiosidade sexual, à imagem fantasiada da cena primária.Pode-se dizer que, para Freud, a mola propulsora do desenvolvimento intelectual é sexual.Entretanto, a criança não aprende sozinha. É preciso que haja um professor para que o aprendizado se realize. O ato de ensinar pressupõe uma relação com outra pessoa, a que ensina. Aprender é aprender com alguém.Não importa o conteúdo ensinado (se é completamente verdadeiro ou não), o aluno acredita no professor. E de onde eles extraem esse poder de convencimento, a sua credibilidade?Graças a isso o professor está revestido de uma importância especial e graças a ela, tem grande influência sobre os alunos.No decorrer do período de latência, são os professores que tomarão o lugar dos pais, e em particular, do pai, e assim, herdarão os sentimentos que a criança dirigia a esse último, por ocasião do complexo de Édipo.A ênfase freudiana está concentrada nas relações afetivas entre professores e alunos, relações que antes eram dirigidas ao pai. Posteriormente o próprio Freud declara que a palavra afeto deixa de ter tanta importância.
É por isso que dizemos que, na perspectiva psicanalítica não se focalizam os conteúdos, mas o campo que estabelece as condições para aprender. Em Psicanálise, dá-se a esse campo o nome de transferência

VII – Poder e Desejo – A transferência na relação professor-aluno.
A palavra transferência foi mencionada, por Freud, pela primeira vez no seu livro
A Interpretação dos Sonhos
. Explicava que os acontecimentos do dia eram transferidos para o sonho, onde apareciam modificados. Percebeu, em seguida que o paciente transferia para o analista, antigas vivências com outras pessoas, relacionando-se com ele como se fosse o pai, com medo de sua autoridade. Porém, em momento algum o paciente percebia o que estava acontecendo. Era uma manifestação inconsciente que passou a ser um bom instrumento de análise desse inconsciente.Freud chega a afirmar que ela está presente, também na relação professor-aluno e o que se transfere são as experiências primitivas com os pais.Parafraseando Jacques-Alain Miller, em sua leitura do termo
transferência
, como ele aparece em
A Interpretação dos Sonhos
, podemos dizer que na relação professor-aluno, a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se aferra a um elemento particular que é a pessoa do professor.Transferir é então atribuir um sentido especial àquela figura determinada pelo desejo, que pode ser o analista ou o professor, e que passam a ser depositários de algo que pertence ao analisando ou ao aluno e passam a fazer parte de seu cenário inconsciente. Sua fala é escutada através dessa especial posição que ocupam. Em virtude dessa posse, estas figuras ficam carregadas de importância especial e é daí que emana o poder que eles têm sobre o indivíduo.Assim, em razão dessa transferência de sentido operada pelo desejo, ocorre também a transferência de poder. 1.O professor no lugar de transferência.A História mostra que a tentação de abusar do poder é muito grande.O professor pode subjugar o aluno e impor-lhe seus próprios valores e idéias, ou seja, impor-lhe seu próprio desejo e fazendo-o sobrepor-se àquele que movia seu aluno a colocá-lo em destaque. Daí cessa o poder desejante do aluno e ele poderá aprender conteúdos, gravar informações, espelhar fielmente o conhecimento do professor, mas não sairá desta relação como sujeito pensante.

Poderia o mestre anular seu desejo se é este que o impulsiona para a função de mestre? O jogo é complicado, pois só o desejo do professor justifica o fato dele estar ali; e, estando ali precisa renunciar a este desejo.Eis aí porque se apóia a idéia de que a Educação é impossível.
VIII – Conclusão.
O encontro da Psicanálise com a Educação é um desafio.A realidade do inconsciente nos ensina que não temos controle total sobre o que dizemos e muito menos sobre os efeitos de nossas palavras sobre nosso ouvinte.Por isso não se pode aplicar a Psicanálise. Por acreditar que o inconsciente introduz, em qualquer atividade humana, o imponderável, o imprevisto, não há como criar uma metodologia pedagógico-psicanalítica, pois, aí implicaria ordem, estabilidade e previsibilidade. O professor aprende que pode organizar seu saber, mas não tem controle sobre os efeitos que produz sobre seus alunos. Deverá renunciar ao controle, e assim, estará desocupando o lugar de poder que o aluno o coloca no início de uma relação pedagógica.A Psicanálise pode transmitir ao educador uma ética, um modo de ver e de entender a prática educativa, nada mais.A Pedagogia precisa reprimir para ensinar. Precisa da energia libidinal sublimada e não sexualizada.O professor pode ensinar, mas não esperar que os alunos mudarão seus modos de pensar subjetivos. Eles ouvirão o que lhes convier e jogarão fora o resto. O bom professor aceitará isso sem desespero e sem tentar reprimir tais atividades, pois desta maneira, no futuro, saberão pensar sozinhos. Matar simbolicamente o mestre para se tornar o mestre de si mesmo, esta é uma lição que pode ser extraída da própria vida de Freud.O encontro entre o que foi ensinado e a subjetividade de cada um é que torna possível o pensamento renovado, a criação e a geração de novos conhecimentos. Não se pretende um convite ao laissez-faire; o objetivo é apontar caminhos, sugerindo aos pedagogos que não se preocupem tanto com métodos que, muitas vezes, constituem tentativas de inculcar, a todo custo, um conhecimento supervalorizado pelos professores.Ao professor, cabe apenas, o esforço de organizar, articular e tornar lógico seu campo de conhecimento e transmiti-lo aos seus alunos.
A cada aluno cabe desarticular, retalhar, ingerir e digerir tudo que vem ao encontro de seu desejo e que lhe fazem sentido e encontram eco nas profundezas de seu inconsciente.

http://www.scribd.com/doc/2935571/Freud-e-a-educacao-

Freud e a Educação (Maria Cristina Kupfer)