segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O sacrfício não é humano - AzeitonaAlbina


Tirando o lado escatológico, até porque a caricatura nem é das melhores, vidahumana (vid-aus-maná...) enquanto exemplo serve para, de alguma forma, realizar uma realidade prima com outras mais facilmente identificadas como retrógradas. A verdade, a adúltera verdade tem destas coisas, existe onde menos se espera e nessa coisa pode ser o mais inconveniente. Por falar em saltos quânticos, no sec.II a.D o sr. Estrabão, escreveu, entre outras pequenas curiosidades, que nesta zona da península Ibérica tinha-se por hábito deixar, à beiras das estradas, entregues à sua sorte, os enfermos... Somos ou não somos um pedaço de história? Talvez, aliás não foi uma ilustre figura (Mischa Titiev) que vaticinou que nós, seres culturais, somos tão produto dos evangelhos quanto dos xamãs dos tempos em que pernoitávamos em cavernas? Pessoalmente, discorde daquilo que considero um simplismo de Titiev, acho, no entanto, que não deixa de ser curioso a actual predilecção que evidenciamos pela beira da estrada, nomeadamente por um certo tipo e estilo de beira de estrada, poluída, caótica, cruel, absurda, enfim, onde mais se pode plantar uma bela couve? Ora, é desses deuses de beira de estrada, cristos dos remendos e de todas as promiscuidades, potentados do inglório pavor, que continuamos a encontrar as mesmas comiseradas mentiras. Assim, por mais cruzes e credos, por mais apocalípticas pragas rogadas, acreditem (há que acreditar não é?) que alegoricamente, uma qualquer estrada é, simplesmente, um espelho (escolhas? Desde quando se escolhem medos?). O nosso "venerado" catolicismo(s) é, antes de mais, é uma oração, é um laudatório ao mais óbvio ódio: o esperar, o esperar por um Deus verdadeiro, o esperar por uma felicidade que não elimine esse mesmo Deus verdadeiro, no fundo o não ter outra opção do que esperar de forma absoluta e, paradoxalmente, esperar não enquanto um determinado momento, esperar enquanto acto numénico. Daí a necessidade das estradas, muito beatas, muito piedosas, coisas cariadas, feias, criminosas, que nos dêem as misericordiosas ilusões de movimento nessa coisa realmente extinta que é a ortodoxia católica. É nessa idolatra forma de eucaristia do terror de nós mesmos, que o catolicismo, deixa o seu estatuto de ladainha promocional de uma qualquer via (rápida?) para a absoluta e caridosa escravatura e, bem para lá da apologia da cobarde opção de nada ter que ser ou fazer, surge-nos como um complexo e maior atentado à própria razão que necessita de uma qualquer Deus ao fundo do túnel! E é nesse sentido que é sempre tão vencedor quanto vencido, afinal, é-lhe completamente indiferente se paramos ou nos fazemos à estrada, de uma forma ou de outra, apenas esperamos por um passado com, preferencialmente, milagres não muito dolorosos...

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